sábado, 7 de novembro de 2009

Algo imensurável

Será que somos capazes de aprender com o passado? Não estou falando daquilo que vivemos, mas de um passado que foi vivido por nossos ascendentes.
Ainda não consigo compreender a dimensão da segunda guerra mundial. Saí do colégio sabendo (vagamente, diga-se de passagem) quem foi Hittler, quem foi Stálin. Soube depois, por conta própria, que os loucos geralmente governam o mundo. É claro que a História da humanidade é povoada mais de guerras do que de quaisquer outros acontecimentos, que obviamente causaram danos e mais danos, mas talvez por ser prontamente visível o rearranjo drástico e efetivamente mundial que o século 20 foi submetido, me vejo agradecendo por ter nascido com um pé no século 21.
Ao ler livros fictícios ou biográficos, ou ver filmes que nos levam à primeira metade do século, é impossível não se deparar com a estupidez do totalitarismo. Pessoas foram mortas porque pensavam, porque amavam, porque rezavam. Países foram dizimados, culturas massacradas, famílias destruídas, e na melhor das hipóteses, separadas. Muitos de nós, brasileiros, somos descendentes daqueles que por faro ou por sorte, zarparam para qualquer lugar menos inóspito, onde pudessem apenas permanecer vivos.
O que há de errado em ser diferente?? O que há de errado em ser negro, judeu, homossexual? Porque aprendi que Hittler tinha razão em defender a Alemanha dos danos da primeira guerra mundial? Como isso foi parar do outro lado do mundo? Que educação é essa que não ensina os erros da humanidade para que possamos aprender com eles? História não serve de nada se as datas forem mais importantes que os fatos.
Em dois dias, comemoramos 20 anos da queda do muro de Berlim, diferente do que dizem, não acredito que tenha caído o último símbolo da guerra fria. A guerra continua.
Se não olharmos adequadamente para o passado, tenho medo que nossos filhos sejam vítimas de erros pregressos que se repetem desde que o homem pensa. A China será a nova dona do mundo muito em breve e democracia e liberdade de pensamento nunca foi o forte por aqueles lados..
Sei que o mundo que gostaria que existesse pode até ser possível, mas não no século 21.
Ouço tiros incessantes lá fora há mais de uma hora.
Talvez porque pense, deva sentir que liberdade sempre tem um preço.

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