sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tempo, tempo, tempo.
Queremos que ele passe, que não acabe, que volte, que chegue, que desapareça
Acontece que sua soberania é absoluta
Passa do jeito que tem que passar e somos nós que temos que esperar
Me resta apenas escolher o tempo onírico de meus pensamentos
Neles, vivo paulicéias desvairadas e boleros intensos sempre que o coração pede
E ele pede sempre

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O que Rennè Magritte, um contorcionista russo e uma lona têm em comum???
O que fazer quando a melancolia me toma de assalto, trazendo a insegurança e o medo que estavam enterrados? A angústia me consome as energias e atrapalha meu sono. Sonhos se tornam pesadelos, e só o que posso fazer é acordar suada e assustada, com medo daquela realidade nada onírica. Seria tudo isso apenas consequência da exaustão, ou os ventos estão mudando de direção? Ser feliz me dá medo de deixar de sê-lo.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Falando de mudanças



Quem me conhece me classifica como feminista. Talvez porque achem que feminista é qualquer mulher independente capaz de se virar sozinha. Isso não é ser feminista, é ser produto do feminismo. Primeiro, inventaram que para ser mulher, era preciso ser homem. Trabalhar igual aos homens, nas mesmas funções, ajudar a sustentar as famílias. Para isso, soutiens foram queimados em praça pública, calças e camisas substituíram as saias e os espartilhos, a relação aberta substituiu o casamento, a liberdade sexual arrebatou o pudor secular, e dessa forma, conquistaríamos um lugar ao sol no mercado de trabalho e porque não na vida social, com direitos iguais aos homens. Só que ninguém percebeu que isto tudo não passaria de utopia, não se sustentaria.
Em algum momento isso deixou de ser suficiente, então inventaram que para ser mulher era preciso ser melhor que ser homem. Era preciso trabalhar com a mesma carga horária, e matar um leão por dia para mostrar para a sociedade que estávamos em pé de igualdade com o sexo oposto. E isso não é tudo, era imperativo continuar cuidando dos filhos como é necessário para uma boa educação, cuidar da casa, que precisa ser organizada, abastecida, limpa e funcional para uma família feliz, e porque não, cuidar do marido, que precisa que uma esposa atenda à suas necessidades. A famosa tripla jornada.
Mas a tripla jornada também se mostrou insuficiente. Como assim, uma mulher cuida de tudo e não cuida de si mesma? É preciso estar magra, malhada, com cabelos sedosos e bem cortados, a pele de bebê, as unhas bem cuidadas, e nunca, nunca permitir que o esmalte descasque. Há de se estar sempre linda, desde a hora que acordar, como as atrizes da novela. Separar apenas 20 minutos do dia para alongamentos, mastigar 32 vezes antes de engolir, escovar 100 vezes os cabelos ao deitar, usar todos os dias filtro solar, correr todos os dias, fazer meia hora de localizada, comer todos os dias um tomate, cinco porções de frutas, 100 g de quinoa (só serve a real), dois litros de água, estar de salto, bem vestida e devidamente maquiada e penteada as 8h da manhã às 10h da noite. E a tripla jornada vira quádrupla. Cuidar do trabalho, dos filhos, do marido, da casa e da beleza e ainda eventualmente levar o carro na oficina. O risco de não dar conta de tantas laranjas no ar, é de perder tudo. Mas não se preocupe, as revistas femini(st)nas têm a fórmula para todos os seus problemas. Afinal de contas, você é muito poderosa, como todo ser humano portador de 2 cromossomas X.
E aí, quando uma mulher percebe que na prática é quase impossível dar conta dessa vida de comercial de margarina, se sente frustrada e incapaz de corresponder com as expectativas que a sociedade exige, como se falhasse na sua capacidade de ser mulher.
E os homens, ficam perdidos, sem saber qual posição ocupar ao lado da toda poderosa mulher moderna, que é capaz de dar conta de tudo sozinha, sem a sua ajuda. E aí, cria-se um paradigma difícil de resolver. Eles não sabem o que fazer, e elas não sabem mais o que eles devem fazer. Pode parecer um pensamento muito linear para um assunto tão complexo, mas para mim é muito simples. Deslocados de seus papéis milenares, não sentem necessidade de se portar como homens, melhor continuar moleques, pois assim não têm que ter as responsabilidades que já não sabem mais quais são. Socialmente, o feminismo reduziu-os à consortes das donas do mundo. Isso fere seus instintos e reduz o cromossoma Y à uma insignificância evolutiva que desafia a teoria da evolução.
Assim, não me considero feminista, mas feminina. Acho louvável termos a liberdade de vivermos nossas vidas, igual aos homens, mas é condenável essa febre feminista de supremacia artificial que estraga as relações e nos torna mais frágeis e vulneráveis do que antes da caça aos espartilhos. Homens e mulheres se completam, não competem. Nunca serei feminista. Tenho respeito aos homens e amor aos meus soutiens.